Instituição consolidou 1100 servidores em apenas 70 máquinas e conseguiu reduzir consumo de energia, aumentar a disponibilidade e acelerar os processos de migração.
No sétimo andar do CTO (Centro Tecnológico de Operações) do Itaú Unibanco, que fica no bairro paulistano da Moóca, estão os quatro mil servidores responsáveis por rodar os sistemas de 3.715 agências, 934 postos de atendimento e 29.979 caixas eletrônicos que atendem aos 19 milhões de clientes da instituição. Estas quatro mil máquinas ocupam uma área total de 1000 metros quadrados, mas precisariam de um espaço maior, se 1100 não estivessem virtualizadas em apenas 70 servidores.
Como o próprio nome já diz, a virtualização é a tecnologia que permite transformar servidores reais em virtuais. Grosso modo, ela funciona por meio de um software que faz de conta que é hardware. Dessa forma, no mesmo disco rígido é possível criar uma ou mais máquinas com sistemas operacionais diferentes, configurações diversas e rodando programas totalmente distintos.
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Com investimento anual em TI (Tecnologia da Informação) na faixa de R$ 3,2 bilhões (segundo ranking As Empresas Mais High Tech, de Época NEGÓCIOS), o Itaú Unibanco investiu R$ 6,5 milhões num período de 2,5 anos somente na virtualização do data center. O valor inclui compra de hardware e software, consultoria e treinamento de pessoal.
Em contrapartida, o banco terá uma economia anual de R$ 1,5 milhão, especialmente no consumo de energia elétrica. “Além de os novos servidores serem mais eficientes, o número a menos de CPUs diminuiu a demanda por refrigeração e os custos com manutenção de hardware”, diz João Bezerra Leite, diretor de infraestrutura e operações de TI do Itaú Unibanco.
A economia de quilowatts e de reais não atrai somente o maior banco privado do país. Segundo estudo do instituto de pesquisas em tecnologia Gartner, a venda de software para virtualização irá crescer 43% este ano, subindo de um patamar de US$ 1,9 bilhão em 2008, para US$ 2,7 bilhões em 2009.
Antes e depois
A tecnologia permite ainda um ganho significativo de tempo. Antes da virtualização, para instalar um novo servidor, era necessário abrir um projeto na área de TI, colocar um rack novo no data center, acertar a parte elétrica e de rede, colocar a máquina para rodar com sistema operacional e storage e, por fim, criar uma máquina reserva para os casos imprevistos, no centro de recuperação de desastres, localizado em Campinas. “Era um processo que levava até 15 dias”, diz Leite.
Hoje, para as máquinas virtuais, três horas são suficientes para a instalação. É necessário apenas gerar a imagem padrão, instalar a aplicação e configurar em quais pontos da rede a máquina virtual estará conectada.
Outra vantagem para a TI do banco é a alta disponibilidade das aplicações. Quando uma máquina virtual apresenta algum defeito, o processamento é transferido para outro servidor. “Com a virtualização, o Itaú Unibanco estará preparado para as demandas dos próximos dez anos, mesmo considerando os planos de expansão internacional”, diz Oscar Clarke, gerente-geral da Intel no Brasil.
Nem todas as aplicações do banco rodam em máquinas virtuais. Mas a escolha não foi aleatória. O Itaú Unibanco teve a consultoria da Intel. Especialistas internacionais da fabricante de processadores vieram ao Brasil para fazer um diagnóstico do data center do banco e traçar algumas sugestões para aumentar a disponibilidade dos sistemas. O resultado do trabalho gerou uma lista com 50 recomendações, que foi avaliada pela área de TI da instituição. “Nós já tínhamos algumas estratégias prontas e a consultoria nos deu a certeza de alguns caminhos”, afirma Bezerra.
A caminho das nuvens
Concluída a primeira fase da criação das máquinas virtuais, o Itaú Unibanco inicia o próximo passo. “Queremos nos preparar para quando a computação em nuvem for um sistema confiável para as empresas”, revela Bezerra.
Segundo ele, hoje o banco já tem uma infraestrutura que pode ser considerada uma computação em nuvem privada, restrita somente à rede interna. Nesse sistema, é possível distribuir as aplicações de acordo com a capacidade das máquinas. Se uma máquina estiver sobrecarregada, seu trabalho pode ser dividido com outras que estejam ociosas.
Fonte: Época Negócios
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