quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Microsoft faz nova investida em celular

A Microsoft sabe que o mundo dos telefones celulares é onde as coisas estão acontecendo, e está determinada a fazer parte dele.

Depois de anos de vendas em queda dos telefones baseados em seu software Windows Mobile, a companhia está começando do zero novamente, com um sistema operacional para telefones completamente novo.

Os novos aparelhos vão combater o popular iPhone, da Apple, e o número crescente de telefones que adotam o sistema Android, criado pelo Google.

O primeiro telefone com o Windows Phone 7 será o Samsung Focus, previsto para chegar às lojas da AT&T nos Estados Unidos em 8 de novembro, por US$ 200, sob um contrato de serviço de dois anos. O lançamento será seguido rapidamente por mais dois telefones para a AT&T, da LG e da HTC, e por um aparelho para a operadora T-Mobile USA, também da HTC.

Em maio, a Microsoft lançou um pacote de software para celular, mas retirou o produto do mercado apenas dois meses depois, em face das baixas vendas. O Windows Phone 7 é um animal diferente, e a Microsoft está colocando todo seu peso para apoiar o produto.

Ao todo, a Microsoft anunciou nove telefones para o mercado americano no início da semana, incluindo um aparelho da Dell, e está formando uma base de 60 operadoras em 30 países que vão adotar telefones com o Windows 7. Outra operadora americana, a Sprint Nextel, planeja lançar aparelhos com o novo sistema na metade do ano que vem.

No Brasil, a Microsoft informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não há previsão de quando começarão a ser vendidos os primeiros modelos com o Windows Phone 7. Os kits de desenvolvimento para que os programadores criem aplicativos para os telefones, porém, já estão disponíveis.

No trimestre mais recente, o antigo sistema da Microsoft, o Windows Mobile, detinha uma participação de apenas 5% do mercado mundial de smartphones. O ranking era liderado pelo Symbian (usado principalmente pela Nokia), com 41%; seguido do BlackBerry, da Research in Motion (RIM), com 18%; Android, com 17%, e iPhone, com 14%, segundo a empresa de pesquisa Gartner.

Do ponto de vista do equipamento, os telefones com Windows 7 são indistinguíveis dos modelos topo de linha com sistema Android: têm grandes telas sensíveis ao toque, e alguns modelos vêm com teclados deslizantes.

Para se destacar da concorrência, o sistema da Microsoft tem recursos situados na tela para permitir que o usuário, só com um olhar, seja avisado de informações importantes, como e-mail e atualizações no Facebook.

Por exemplo, um software de previsão do tempo poderia mostrar um quadro atualizado das condições climáticas; bibliotecas de fotos e músicas seriam representadas pela capa do álbum tocado mais recentemente.

Tanto o iPhone como o Android estão mais concentrados em aplicativos - o usuário tem de tocar em um aplicativo para ver novas informações. Algumas companhias, entretanto, incluindo a Motorola, criaram programas adicionais para o Android que são similares ao jeito "informação-só-com-um-olhar" do Windows Phone 7.

É um "tipo de telefone muito diferente", disse Steve Ballmer, executivo-chefe da Microsoft, no lançamento do sistema, em Nova York, na segunda-feira.

Para fazer do Windows Phone 7 um sucesso, a Microsoft tem de conquistar o apoio não só dos fabricantes de aparelhos e das operadoras de telefonia, mas dos programadores de software. O iPhone e o Android são populares em parte por causa dos milhares de aplicativos, ou "apps", feitos por programadores externos.

Existem milhares de aplicativos para o Windows Mobile, mas eles não vão funcionar no Windows Phone 7. Por isso, a Microsoft precisa recrutar uma nova base de programadores. Esses profissionais podem não querer se dedicar a programas para outro sistema até que ele ganhe força entre os usuários. A Microsoft apresentou "apps" da Electronic Arts, de games, e do site de cinema Internet Movie Database, mas uma base maior de desenvolvedores será crucial.

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