terça-feira, 17 de maio de 2011

Mercatto cria área para explorar novas aplicações

Com cerca de R$ 2 bilhões sob gestão em tradicionais fundos de ações, renda fixa e multimercados, a gestora carioca Mercatto Investimentos quer aproveitar a onda de investimentos produtivos que deve tomar conta da economia brasileira nos próximos anos para ampliar a oferta de aplicações.
A gestora acaba de criar uma área de pesquisa e planejamento, que terá como missão estruturar alternativas de aplicações financeiras tendo como pano de fundo a perspectiva de operações que surgirão no mercado de capitais para financiamento de investimentos produtivos de cerca de R$ 280 bilhões previstos para os próximos dez anos.

A ampliação do mercado de capitais trará ao investidor ações e títulos de dívida de novos setores e empresas. Além disso, haverá, provavelmente, outros instrumentos de captação de recursos que precisarão ser compreendidos pelos gestores, afirma Regis Abreu, sócio-diretor da Mercatto. "O ambiente para investimentos vai ficar mais complexo, com cada vez mais papéis privados à medida que os títulos públicos passem a render menos", afirma Abreu.

Esse novo mundo que se abrirá para os investidores exigirá dos gestores muito mais do que uma análise convencional das empresas, ressalta Abreu. No caso de papéis de dívida, será necessário conhecer detalhes legais que vão desde execução de garantias até os meandros dos negócios das companhias para poder avaliar corretamente o risco dos ativos e, claro, saber se o retorno prometido compensa. "É um mundo que vai exigir mais análise e inteligência de gestão", diz Abreu.

Ele lembra que já há alguns títulos de crédito ainda pouco explorados pelo mercado, como as Letras Financeiras (LFs), criadas para auxiliar os bancos na captação de recursos de longo prazo. "Esse é apenas um exemplo do que ainda está por vir", diz Abreu. "Até porque o próprio mercado de Letras Financeiras ainda tem muito para se desenvolver", acrescenta.

O comando da área de pesquisa e planejamento será compartilhado por três profissionais. O setor de crédito privado ficará a cargo de Valéria Coelho, que atuou por mais de 20 anos na Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), com presença marcante na proposta de criação do novo mercado de renda fixa da entidade. Para cuidar da renda variável, a Mercatto trouxe a gestora Daniella Marques. Ex-sócia da Oren Investimentos, ela já havia trabalhado por oito anos na Mercatto na área de análise fundamentalista de ações.

Completa o time Luis Lobato, ex-diretor-presidente da Ideiasnet, empresa listada na bolsa, e um dos responsáveis pela implementação da operação do Banco Bozano, Simonsen na Europa. "Ele vem também para promover uma internacionalização da gestora, com oferta de fundos lá fora para clientes institucionais", diz Abreu.

No mercado doméstico, além do aumento da presença entre as pessoas físicas de alta renda e distribuidores, a Mercatto quer ganhar terreno entre fundos de pensão de Estados e municípios, um segmento pouco explorado pelas gestoras de recursos.

Apesar da criação da área de pesquisa e planejamento e da perspectiva de montagem de fundos diferenciados, a Mercatto não revela metas de captação ou para os ativos sob gestão. Além dos fundos tradicionais, a gestora tem também uma área de private equity com uma carteira de cerca de R$ 1 bilhão. Ou seja, ao todo a Mercatto tem aproximadamente R$ 3 bilhões em ativos.

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